Pular para o conteúdo principal

Cases de Design Thinking em Serviços Públicos fora do Brasil



É comum que me perguntem sobre cases de uso do Design Thinking pelos governos brasileiros, sejam municipais, estaduais ou federais. Há um certo "ver para crer" na pergunta, mas há também a necessidade de mostrar aos outros, incluindo chefes e tomadores de decisão, que existe um caminho mais promissor e realizável para tratar os desafios de hoje.

Minha experiência aponta mais para aquilo que fazemos no Governo do Estado de São Paulo, desde 2010, quando adotamos o DT como abordagem metodológica para entender a complexidade e resolver problemas com foco no cidadão. Nesse período vimos crescer a utilização em grandes empreendimentos como Poupatempo, Metrô, Secretarias da Fazenda, de Desenvolvimento Social e da Educação. Alguns outros exemplos e cases nacionais no setor público podem ser encontrados na Tellus, que tem atuado bastante em prefeituras e especialmente nas áreas de saúde e educação.

Mas neste post quero apenas apontar para alguns links daqueles que trabalham em outros países com a inovação social e no setor público, para que possam nos inspirar e servir para exemplos:

- Think Place Global: consultoria de inovação social mostra seus cases na Austrália, Quênia, Nova Zelândia e Singapura;

- Design Council UK: a agência britânica é bastante atuante e tem cases que são exemplares, vale à pena também usar os textos e kits que disponibilizam (veja na área Resources);

- The Behavioural Insights Team: com o apoio do Cabinet Office e do emérito britânico em inovação NESTA, a novidade do TBIT é concentrar suas iniciativas para que as pessoas façam as melhores escolhas... interessante para quem tem projeto de mudanças de comportamento;

- Presidential Innovation Fellow: programa altamente competitivo junta diversos tecnólogos e inovadores (bolsistas em residência) com altos funcionários públicos e criadores de mudanças que trabalham nos mais altos níveis do governo federal para enfrentar os maiores desafios;

- Veterans Affair Center of Innovation: a importância e complexidade dos casos dos veteranos americanos tem um centro de aplicação de design para solução de problemas, muito baseado na abordagem HCD, como relatado no blog dos veteranos;

- 18F : um departamento da Agencia Federal Americana de Serviços para Administração que atua na solução de problemas, especialmente os gerados por tecnologia. Tem uma área de Guidelines que recomendo a visita; e

- LabOPM: o Laboratório de Inovação do Departamento de Gestão de Pessoas dos EUA, onde além da aplicação e ensino do Design para funcionários públicos, inova também ao oferecer um serviço de Design Coaching. Outros labs de inovação também podem ser encontrados aqui.

Post post: veja neste link os case studies da cidade de New York.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Cinco Princípios para Novos Serviços Públicos. Terceiro: o Governo como Plataforma

A ideia de Tim O'Reilly ao criar o termo e a abordagem de Governo como Plataforma, foi dar uma perspectiva de valor de patrimônio e de uso aos dados governamentais. Inicia explicando que as plataformas seguem uma lógica de alto investimento, onde praticamente só o Estado é capaz de investir, mas permitem à população, ao utilizarem essa plataforma, gerar riquezas. Temos um claro exemplo ao pensar em uma rodovia como esse investimento. O governo a constrói, mas a entrega aos usuários para trafegarem seus produtos, serviços, passageiros, estimular turismo e economias integradoras etc.. Em outras palavras, uma plataforma rodoviária do governo, mesmo em concessão, será usada pela sociedade, mesmo a custo de pedágios. O mesmo serve para plataformas digitais. O governo americano durante a gestão Reagan, em 1983, tornou disponível ao mundo o Sistema de Posicionamento Global - GPS. A partir do uso mundial dessa plataforma podemos calcular quantos outros produtos e serviços foram gerado

Laboratório é problema, mas a governança ajuda a resolver

É preciso considerar que um laboratório de inovação pode atrair pessoas que desprezam as regras, não tanto por rebeldia, mas como um estilo de vida, um espírito independente que busca ocupar um espaço. O lab será visto como um oásis – ou miragem – no deserto de novas ideias das corporações. Em parte isso é justificado pela aura de criatividade que envolve o novo ambiente ao transmitir uma mensagem de liberdade, com suas técnicas de ideação que estimulam a distância dos valores burocráticos e, claramente, a palavra disruptura que carrega um certo rompimento com padrões. Isso cria alguns problemas iniciais para a organização que começa o funcionamento do laboratório, tais como: se outras organizações participarão do laboratório, alguns ajustes serão necessários; a segurança física/predial pode ser fragilizada com a presença de “gente de fora”; a segurança digital terá que se adequar ao ambiente de acesso irrestrito e wifi; os horários de funcionamento podem sofrer mudan