Fonte da Ilustração: http://kmol.online.pt/
Quanto mais adentramos no século XXI, mais evidente vai se tornando o conflito entre hierarquias rígidas e criação de conhecimento, o recurso mais cobiçado de nossos dias.
Por isso mesmo, com o passar do tempo, experiências exitosas de empresas que adotam novos formatos organizacionais menos burocratizados começam a ganhar divulgação.
É muito legal que isto ocorra mas, desgraçadamente, ao contrário do slogan das Organizações Tabajara, isto não equivale a dizer que seus problemas acabaram. Embora derrubar barreiras, facilitar as comunicações horizontal e vertical, seja prática saudável e, ao meu ver, indispensável, ela não consegue virar o jogo sozinha.
Há outras dimensões que devem se juntar a ela para reforçá-la. Falarei, aqui, de cinco delas que me parecem fundamentais nesse esforço rumo a organização do século XXI.
Qualidade dos Recursos Humanos
Qualquer que seja o formato organizacional utilizado, a chance de sucesso do mesmo varia na razão direta da qualidade dos recursos humanos envolvidos. Pessoas qualificadas tem mais facilidade em perceber o sentido e a intensidade dos ventos da mudança e são mais conscientes da necessidade de promover alterações que visem garantir a sobrevivência e a efetividade do(s) negócio(s) nos quais estejam inseridos. Pessoas com baixa qualificação, ao contrário, enxergam, na mudança, a face do risco, mas não a da oportunidade.
Conhecimento do Problema
Sub-produto da qualidade dos recursos humanos, o conhecimento do problema é resultado da transformação de competências individuais em resultados corporativos. Isto envolve não apenas mudanças na estrutura burocrática demandando, igualmente, maestria na utilização dos modelos, métodos e técnicas gerenciais mais adequados face os atuais e futuros processos de trabalho daquela organização.
Cultura Aberta à Inovação
Formatos novos em cabeças velhas tendem a acentuar resistências e conduzir a organização no sentido oposto ao pretendido. Nos tempos atuais, onde a mudança e a incerteza predominam, organizações culturamente abertas ao novo tem melhores condições de ir para a frente, quando comparadas a outras que atuem no mesmo setor, mas que não possuam essa característica. As primeiras vão enxergar novos formatos como recurso, as últimas, como modismo, afinal isto as ajudará no discurso do atraso.
Característica Setorial
Embora a inovação esteja, hoje, inoculada em praticamente todos os produtos e serviços, certas especificidades do(s) setor(es) no(s) qual(is) a organização esteja inserida, como tipo do bem, tamanho do mercado, existência de substitutos, abertura à concorrência, entre outros, podem ampliar ou retardar a necessidade de mudança. No setor público, por exemplo, tais elementos aliados ao formalismo e as amarras legais tendem a dificultar esse processo.
Adequação Tecnológica
Utilizar as melhores tecnologias da informação e comunicação para cada problema a ser atacado, é, hoje, condição determinante para o sucesso das organizações. Entidades nas quais a percepção novas tecnologias demorem para ser difundidas e incorporadas às rotinas organizacionais presentes no discurso de venda dos fornecedores. Organizações com boa vivência tecnológica, ao contrário, sabem quais instrumentos utilizar sem, no entanto, considerá-los ferramentas milagrosas que permitam esquecer as demais dimensões da organização.
Ao longo de nossas próximas postagens, iremos falando mais detalhadamente sobre cada um desses temas e expondo por que acreditamos que a jornada corporativa rumo a era do conhecimento não será fruto de pequenos ajustes isolados, e sim resultado da progressiva percepção de que o risco do imobilismo está superando o da mudança e colocando o futuro da organização em xeque.
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