O tradicional jogo entre pensamento analítico x intuição, um dos maiores clássicos do mundo corporativo, vive, nos dias de hoje, momentos particularmente emocionantes. Embora o retrospecto mostre uma boa vantagem para o time do pensamento analítico, que nos últimos cem anos tem conseguido ganhar os torneios mais importantes, a equipe da intuição se reforçou muito, principalmente a partir do século XXI, e tem conseguido levar alguns campeonatos que, antes, eram tradicionalmente conquistados pelo poderoso oponente.
Para entender melhor essa mudança, vamos dar uma olhada nas principais caraterísticas de cada equipe.
Pensamento Analítico
Filosofia de jogo: Usa processos rígidos repetidos à exaustão e estimula o uso de métodos quantitativos.
Como chegar ao gol, ou seja preservar a competitividade ao longo do tempo: Lança mão do conhecimento já existente, obtido com base em dados do passado. Não gosta de firulas e desestimula os jogadores a ficarem dando palpite. Cada jogador sabe direitinho o seu papel.
Slogan: Em time que ganha, não se mexe
Intuição
Filosofia de jogo: Explora a criatividade e a inovação. Tem um jogo baseado na velocidade.
Como chegar ao gol, ou seja preservar a competitividade ao longo do tempo: Usa sempre novas formas de conhecimento. O drible é incentivado e ninguém tem posição fixa. Os jogadores falam muito entre si e tem autonômia para improvisar.
Slogan: O futuro não é mais o que era.
Analisando as duas fichas, acho que dá para perceber por que o time da intuição tem surpreendido.
O mundo do pensamento analítico está muito centrado em cenários estabilizados, com ciclos de vida longos, onde a inovação ocorre de forma bastante espaçada. Por exemplo, lembram-se da linguagem de programação Cobol? Ela sobreviveu durante muitos e muitos anos. Um bom profissional nessa especialidade conseguiu levar toda uma carreira em cima dela. Bons tempos!
O mundo atual, no entanto, está centrado na mudança rápida, em ciclos de vida abreviados. O que nós sabemos hoje, não garante a sobrevida amanhã.
Lembro, até hoje, da frase, dita em tom grave e solene, por um amigo meu, da área de informática, lá nos meados dos anos 80.
- Daqui para frente, quem não souber Clipper está morto.
Hoje eu atualizaria a fala dele, completando.
- E quem souber, também.
Voltando ao nosso jogo, para encerrar esta postagem, quando o futuro é muito pouco previsível e a mudança predominante, melhor do que ler mapas é saber fazê-los. Me parece que o time da intuição navega melhor por essas águas.
Na próxima postagem, falarei, no entanto, sobre uma nova equipe que está vindo por aí, chamada “Design Thinking”, que está tentando conciliar as duas visões de mundo, de modo a garantir vantagem competitiva, para organizações privadas, e sintonia fina com a cidadania, para os governos.
Eh! Oh! Eh! Oh! O futuro é um terror!
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