Inspirado pelos títulos "Cartas a um jovem...", que serena e lentamente se instalaram em nossas bibliotecas em anos recentes, que por sua vez tomaram em empréstimo do original "Cartas a um jovem poeta" (1929), obra de Rainer Maria Rilke, aqui utilizarei o mote para uma série de posts dedicados ao jovem que pretende trabalhar com inovação, especificamente inovação em governo.
Caro jovem, não importando sua idade, a inovação em governo é um desafio que exigirá vigor mental, tolerância, capacidade de persuasão e, acima de tudo, parcerias com gente competente e de boas intenções. Conto que inteligência, humildade e atitude de compartilhar idéias já lhe sejam características, uma vez que reuniu-se aqui neste modesto blog.
Sabemos que é comum encontrarmos no serviço público aqueles que abominam o novo, quer seja o novo processo, a nova estrutura, o novo sistema ou qualquer alteração no confortável status quo do cotidiano em governo. Portanto, entre sem fazer muito barulho, instale-se e comece a evangelização para a inovação.
O termo evangelização, trazido da iniciativa privada, li-o há alguns anos pelo autor Guy Kawasaki, que ocupava o cargo de evangelizador da Apple. A missão de Kawasaki era a de convencer os produtores de software que a plataforma Macintosh, na época um produto estreante, era boa e seria um sucesso de vendas, confiável o suficiente para que se produzissem aplicativos para esse equipamento. Uma árdua tarefa em meados dos anos 1980, hoje um caso de sucesso.
Mas o evangelho - que a propósito, quer dizer "boas novas" - da inovação ainda está sendo escrito, dia-a-dia nas últimas décadas por evangelistas como Nonaka, Drucker, Peter Senge, Chris Anderson, Steven Johnson, Tim Brown e tantos outros que nos apoiarão nesta jornada, porém, há de se observar, que esses autores focaram a inovação em organizações privadas, com uma abordagem de governo em background; o que teremos que fazer é focar em governo e produzir o "novo em inovação", com perdão pelo pleonasmo.
Focar no governo, em nosso caso na gestão pública, é de tamanha riqueza, já que possibilita inovar na saúde, na educação, em transportes públicos, na habitação e nos outros setores em que prevalece a ação governamental, aparentando uma certa facilidade, visto que é uma organização que bem conhecemos, quer como cidadãos consumidores de seus serviços, quer como servidores. Não há facilidade alguma, só complexidade.
E o que tentam esses evangelistas contemporâneos é nos fazer entender essa complexidade.
Por exemplo, aplicar gestão de conhecimento (Nonaka, Takeuchi e Senge) na administração pública, parece-me o caminho mais eficaz para o aprendizado interno da organização através da troca evolutiva do conhecimento. A organização que aprende, através de técnicas e métodos de compartilhamento de conhecimento tácito, prepara-se para inovar.
A lição que nos traz Drucker, dito como o homem que inventou a gestão, é a de que o administrador público pode ser um empreendedor interno. Dele surgiu quase todos os termos/idéias que utilizamos de mais moderno na administração, como descentralização, empowerment, outsourcing, estrutura sistêmica, equipes interdisciplinares, o uso de redes para o conhecimento e tantos outros, iluminando-nos com frases como "a melhor maneira de prever o futuro é criá-lo".
Uma outra frase que gosto, esta de Chris Anderson, o autor de "A Cauda Longa", é a de que “Nós não estamos numa época de mudanças, mas sim em uma mudança de época”. Anderson e Johnson nos ensinam muito sobre inteligência coletiva e novos modelos de negócios.
Negócios que hoje são remodelados e revistos e criados por novos métodos, centrados no usuário, cumprindo quesitos de desejabilidade, viabilidade e empatia, utilizando técnicas de brainstorm, storytelling, prototipagem e aquilo que Tim Brown e Roger Martin pregam como o Design Thinking a ser despertado por toda a organização.
Esses são alguns dos evangelistas básicos nos quais o jovem inovador deve, a princípio, apoiar-se. Adiante, em outras cartas, falaremos de como esses conceitos aplicam-se na prática da gestão pública inovadora.
Caro jovem, não importando sua idade, a inovação em governo é um desafio que exigirá vigor mental, tolerância, capacidade de persuasão e, acima de tudo, parcerias com gente competente e de boas intenções. Conto que inteligência, humildade e atitude de compartilhar idéias já lhe sejam características, uma vez que reuniu-se aqui neste modesto blog.
Sabemos que é comum encontrarmos no serviço público aqueles que abominam o novo, quer seja o novo processo, a nova estrutura, o novo sistema ou qualquer alteração no confortável status quo do cotidiano em governo. Portanto, entre sem fazer muito barulho, instale-se e comece a evangelização para a inovação.
O termo evangelização, trazido da iniciativa privada, li-o há alguns anos pelo autor Guy Kawasaki, que ocupava o cargo de evangelizador da Apple. A missão de Kawasaki era a de convencer os produtores de software que a plataforma Macintosh, na época um produto estreante, era boa e seria um sucesso de vendas, confiável o suficiente para que se produzissem aplicativos para esse equipamento. Uma árdua tarefa em meados dos anos 1980, hoje um caso de sucesso.
Mas o evangelho - que a propósito, quer dizer "boas novas" - da inovação ainda está sendo escrito, dia-a-dia nas últimas décadas por evangelistas como Nonaka, Drucker, Peter Senge, Chris Anderson, Steven Johnson, Tim Brown e tantos outros que nos apoiarão nesta jornada, porém, há de se observar, que esses autores focaram a inovação em organizações privadas, com uma abordagem de governo em background; o que teremos que fazer é focar em governo e produzir o "novo em inovação", com perdão pelo pleonasmo.
Focar no governo, em nosso caso na gestão pública, é de tamanha riqueza, já que possibilita inovar na saúde, na educação, em transportes públicos, na habitação e nos outros setores em que prevalece a ação governamental, aparentando uma certa facilidade, visto que é uma organização que bem conhecemos, quer como cidadãos consumidores de seus serviços, quer como servidores. Não há facilidade alguma, só complexidade.
E o que tentam esses evangelistas contemporâneos é nos fazer entender essa complexidade.
Por exemplo, aplicar gestão de conhecimento (Nonaka, Takeuchi e Senge) na administração pública, parece-me o caminho mais eficaz para o aprendizado interno da organização através da troca evolutiva do conhecimento. A organização que aprende, através de técnicas e métodos de compartilhamento de conhecimento tácito, prepara-se para inovar.
A lição que nos traz Drucker, dito como o homem que inventou a gestão, é a de que o administrador público pode ser um empreendedor interno. Dele surgiu quase todos os termos/idéias que utilizamos de mais moderno na administração, como descentralização, empowerment, outsourcing, estrutura sistêmica, equipes interdisciplinares, o uso de redes para o conhecimento e tantos outros, iluminando-nos com frases como "a melhor maneira de prever o futuro é criá-lo".
Uma outra frase que gosto, esta de Chris Anderson, o autor de "A Cauda Longa", é a de que “Nós não estamos numa época de mudanças, mas sim em uma mudança de época”. Anderson e Johnson nos ensinam muito sobre inteligência coletiva e novos modelos de negócios.
Negócios que hoje são remodelados e revistos e criados por novos métodos, centrados no usuário, cumprindo quesitos de desejabilidade, viabilidade e empatia, utilizando técnicas de brainstorm, storytelling, prototipagem e aquilo que Tim Brown e Roger Martin pregam como o Design Thinking a ser despertado por toda a organização.
Esses são alguns dos evangelistas básicos nos quais o jovem inovador deve, a princípio, apoiar-se. Adiante, em outras cartas, falaremos de como esses conceitos aplicam-se na prática da gestão pública inovadora.
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