Pular para o conteúdo principal

Entendendo em 4 minutos


Há menos de duas semanas passou quase sem efeito por nós o Plano Obama para a Saúde, com notícias um tanto complexas sobre o que de fato significa esse plano como movimento de inovação, quase caindo no mesmismo de governantes que sempre tentam inovar nessa área e acabam com minúsculos avanços, quando muito.

O próprio presidente americano reconheceu que a iniciativa não era inédita, mas derradeira e redentora, ao dizer em seu discurso ao congresso americano:"Eu não sou o primeiro presidente a abraçar esta causa, mas estou determinado a ser o último'', arrancando aplausos daquela casa, exceto do congressista republicano Joe Wilson, da Carolina do Sul, que gritou: "Você mente'' que mais tarde, arrependido, foi pedir desculpas públicas ao presidente.

Mas o que de fato nos interessa, como inovação em governo nesse episódio, está associado à atitude de Obama quando explicou que o projeto irá custar US$ 900 bilhões ao longo de dez anos, acrescentando que a verba representa ''menos que as guerras do Iraque e do Afeganistão".
Essa capacidade de dizer o que pensamos é uma característica corajosa de Obama mas, não sem fundamentação na sociedade.
Lembram-se do brainstorm promovido pela Casa Branca, que comentamos aqui ? Pois foi de lá que esta frase de menos guerra e mais saúde surgiu, uma contribuição de um cidadão americano ao megabrainstorm de junho colocou uma idéia, pouco votada, mas o suficiente para que o mote apoiasse o plano, que já fazia parte da campanha presidencial.

Outra atitude digna de nota e título deste post, é algo que venho debatendo no iGovSaber a respeito de tornar a complexidade compreensível.
Alguns discursos do presidente Obama, principalmente aqueles que correspondem a propostas e que possuem características complicadas ao entendimento comum, acabam sendo cuidadosamente editados e disponibilizados no blog da Casa Branca numa versão simplificada e mais compreensível ao cidadão. É uma ótima utilização do blog e do canal de vídeo, longe da publicidade cabotina, com foco na necessidade do cidadão em compreender, sem delongas.
Assista a seguir o que foi feito com o discurso sobre a proposta de Saúde, numa edição nominada The Obama Plan in Four Minutes.

Comentários

Paty Yama disse…
Os problemas na estrutura de saúde americana é um assunto discutido e disseminado(um resumo divertido pode ser visto em Sicko http://www.michaelmoore.com/sicko/index.html) e aparentemente o sr. Obama ouviu algumas das Michael Moore`s Health care proposal:
1. Todos os residentes dos Estados Unidos devem ter acesso livre ao sistema de saúde por toda a vida.
2. todas as empresas de seguros devem ser abolidos
3.empresas farmacêuticas devem ser rigorosamente regulamentada como de utilidade pública.
Idenpendente das promessas, que ainda são só promessas, o fato de construirmos um diálogo com o governo de forma simples e acessível é um sinal de evolução.
A única crítica é não podermos comentar no blog da Casa Branca, felizmente no igovBrasil "Yes, We can".
Ponto positivo para nós!
Alvaro Gregorio disse…
Olá Paty,

Ainda bem que podemos comentar aqui, mesmo.
Uma das inúmeras vantagens está no que acaba de acontecer: você postou um comentário que me deu vontade de co-autorar este post com você.
Aliás, já está co-autorado, não é mesmo ?

Aceite meu grato abraço,

Alvaro Gregorio

Postagens mais visitadas deste blog

Cinco Princípios para Novos Serviços Públicos. Terceiro: o Governo como Plataforma

A ideia de Tim O'Reilly ao criar o termo e a abordagem de Governo como Plataforma, foi dar uma perspectiva de valor de patrimônio e de uso aos dados governamentais. Inicia explicando que as plataformas seguem uma lógica de alto investimento, onde praticamente só o Estado é capaz de investir, mas permitem à população, ao utilizarem essa plataforma, gerar riquezas. Temos um claro exemplo ao pensar em uma rodovia como esse investimento. O governo a constrói, mas a entrega aos usuários para trafegarem seus produtos, serviços, passageiros, estimular turismo e economias integradoras etc.. Em outras palavras, uma plataforma rodoviária do governo, mesmo em concessão, será usada pela sociedade, mesmo a custo de pedágios. O mesmo serve para plataformas digitais. O governo americano durante a gestão Reagan, em 1983, tornou disponível ao mundo o Sistema de Posicionamento Global - GPS. A partir do uso mundial dessa plataforma podemos calcular quantos outros produtos e serviços foram gerado...

Cases de Design Thinking em Serviços Públicos fora do Brasil

É comum que me perguntem sobre cases de uso do Design Thinking pelos governos brasileiros, sejam municipais, estaduais ou federais. Há um certo "ver para crer" na pergunta, mas há também a necessidade de mostrar aos outros, incluindo chefes e tomadores de decisão, que existe um caminho mais promissor e realizável para tratar os desafios de hoje. Minha experiência aponta mais para aquilo que fazemos no Governo do Estado de São Paulo, desde 2010, quando adotamos o DT como abordagem metodológica para entender a complexidade e resolver problemas com foco no cidadão. Nesse período vimos crescer a utilização em grandes empreendimentos como Poupatempo, Metrô, Secretarias da Fazenda, de Desenvolvimento Social e da Educação. Alguns outros exemplos e cases nacionais no setor público podem ser encontrados na Tellus , que tem atuado bastante em prefeituras e especialmente nas áreas de saúde e educação. Mas neste post quero apenas apontar para alguns links daqueles que trabalham e...

Laboratório é problema, mas a governança ajuda a resolver

É preciso considerar que um laboratório de inovação pode atrair pessoas que desprezam as regras, não tanto por rebeldia, mas como um estilo de vida, um espírito independente que busca ocupar um espaço. O lab será visto como um oásis – ou miragem – no deserto de novas ideias das corporações. Em parte isso é justificado pela aura de criatividade que envolve o novo ambiente ao transmitir uma mensagem de liberdade, com suas técnicas de ideação que estimulam a distância dos valores burocráticos e, claramente, a palavra disruptura que carrega um certo rompimento com padrões. Isso cria alguns problemas iniciais para a organização que começa o funcionamento do laboratório, tais como: se outras organizações participarão do laboratório, alguns ajustes serão necessários; a segurança física/predial pode ser fragilizada com a presença de “gente de fora”; a segurança digital terá que se adequar ao ambiente de acesso irrestrito e wifi; os horários de funcionamento podem sofrer mudan...