Tenho razões para crer que a inclusão de Open Data na pauta de inovação dos governos é, mais que uma questão de tempo, uma questão de princípios e espírito inovador, capaz de efetivamente aplicar a transparência, a participação e a colaboração na relação governo-cidadão. É, não tenho dúvidas, o melhor a ser feito atualmente pelos dirigentes em governo eletrônico em benefício do governo e da sociedade.
Para os desenvolvedores dos EUA, por exemplo, que usam as bases do Data.gov, a Fundação Sunlight mantém, além de tutoriais, o concurso Apps for America, destinado às melhores aplicações feitas com as bases governamentais, com prêmios que variam de US$ 500 a US$ 10.000 para as ferramentas e APIs desenvolvidas, implantadas e submetidas ao júri, composto por Tim O'Reilly e Chris DiBona, entre outros. Isto apenas ilustra o quanto e como é importante estimular a sociedade, para que novos serviços públicos eletrônicos possam ser produzidos e compartilhados.
Também no Canadá já se percebem iniciativas de Governo Aberto. O site Visible Government, mantido por uma sociedade privada e sem fins lucrativos, promove o desenvolvimento de ferramentas online que visam a transparência de governo e que usam dados apoiados em fontes digitais oficiais.
Entre os projetos da iniciativa canadense, destaco o Disclosed.ca, que recolhe as informações sobre contratos públicos em mais de uma centena de sites federais e torna essas informações facilmente pesquisáveis e trabalhadas pelo cidadão comum. Uma aplicação que facilita aquilo que o governo já divulgava na rede mas, por comodidade ou intenção, de forma complicada e sem ligações inteligentes.
No Brasil, espero pelo dia em que as bases de dados governamentais estejam abertas para download, de modo que a sociedade, para a qual pertencem essas informações, passe a produzir mais conhecimento sobre seus governos e melhor decidir sobre seus caminhos.
Comentários