No ano passado, noticiamos aqui a proposta do CORDIS para que 2009 fosse o Ano Europeu da Criatividade e Inovação, dando início a estratégia de tornar a Europa um continente líder na economia do conhecimento. Era abril e a crise econômica mundial não estava acentuada ou quase nada sabíamos, além de algumas dificuldades no mercado hipotecário americano.
Com o estouro da crise, afetando incisivamente a Europa, cheguei a pensar que esse grande evento da inovação pudesse ser cancelado ou submeter-se a um patamar de menor vulto; subestimei o espírito inovador do velho mundo.
O Ano Europeu da Criatividade e Inovação foi lançado oficialmente em 7 de janeiro, em Praga, com a primeira reunião de trabalho no último dia 16 de fevereiro, em Bruxelas, tendo como mensagem-chave que "Criatividade e inovação contribuem para a prosperidade econômica, bem como para o bem-estar social e individual".
Nesta semana, nos dias 2 e 3 de março, a Comunidade Européia volta a se reunir em Bruxelas para a exibição das Melhores Práticas do Programa Europeu, cujo documento está disponível aqui e reúne a descrição e ficha técnica dos projetos de maior destaque, tendo em comum a possibilidade de serem facilmente "copiáveis" por outros governos.
Na introdução ao documento, o Comissário Europeu para Educação, Capacitação, Cultura e Juventude, Ján Figel´, faz uma pontual abertura, que a seguir reproduzo:
"A crise financeira e econômica que veio à luz tarde em 2008 é o tipo de desenvolvimento extremo, que requer uma indispensável qualidade em busca de soluções: criatividade. Precisamos de criatividade para encontrar a melhores respostas.
Mas criatividade não é apenas útil em situações de crise, é claro. Criatividade e capacidade inovadora trazem cruciais benefícios a longo prazo para a economia, a sociedade, as empresas, bem como para as pessoas. Inovação e criatividade são pilares fundamentais para o desenvolvimento econômico e o crescimento social."
Mas criatividade não é apenas útil em situações de crise, é claro. Criatividade e capacidade inovadora trazem cruciais benefícios a longo prazo para a economia, a sociedade, as empresas, bem como para as pessoas. Inovação e criatividade são pilares fundamentais para o desenvolvimento econômico e o crescimento social."
Recomendo também a visita ao site português do Ano de Criatividade e Inovação em que, entre outros, traz o interessante artigo Uma Nova Rede para Portugal, de Francisco Jaime Quesado, Gestor do Programa Operacional Sociedade do Conhecimento, no qual propõe um Portugal 2.0 e assim conclui: "O desafio 2.0 tem que ser desenvolvido. Fazer de Portugal a Oportunidade Possível dum país onde o Conhecimento e a Criatividade sejam capazes de fazer o compromisso nem sempre fácil entre a memória dum passado que não se quer esquecer e um regresso a um futuro que não se quer perder".
Para quem, como eu, viveu os anos de crise e alta inflação no Brasil, sabe muito bem que a criatividade de nossos executivos e dirigentes sempre foram admiradas no exterior. Uns enxergam só a crise, outros conseguem ir além e perceber a oportunidade.
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