Pular para o conteúdo principal

É obrigação de governo canal no YouTube


Em julho passado, anunciamos neste blog a criação espanhola da Escola 2.0, numa inovadora ação de governo desenvolvida pelo Ministério de Educação, Política Social e Desportes. Passado esses três meses, o mesmo ministério anuncia mais uma criação: um canal no YouTube.

Apontamos aqui e ali as iniciativas de governos que, ao aderirem a canais de vídeo na internet, melhoram sobremaneira sua comunicação com o cidadão, potencializando o relacionamento com o público e beneficiando-se do meio para explicar o próprio governo em nova linguagem, diferente do formalismo retórico dos "diários oficiais" mas, sob o ponto de vista da informação, apresentam a palavra (e imagem) oficial.

O novo canal do ministério de Espanha, o MEPSYD, iniciou com uma pequena programação e pretende usar o mesmo canal para receber dúvidas e críticas do cidadão, visando o aprimoramento do canal e da gestão. A titular da pasta, a ministra Mercedes Cabrera, no vídeo de apresentação do canal, diz que "... a administração pública tem a obrigação de unir-se a esta nova forma de entendimento com a sociedade...".

Por curiosidade, fui procurar na caixa de busca do YouTube algum vídeo com a tag governo brasileiro e achei isto... pena. Tenho razões para acreditar que, ao criar canais no YouTube (ou qualquer outro do tipo), os governos poderiam também começar a praticar a linguagem da TV Digital e começar a produzir serviços públicos em vídeos interativos, que tal ?

Para quem ainda não conhece a técnica embrionária da interação no YT, interaja aqui para alguns exemplos e aqui para entender como é feito.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Cinco Princípios para Novos Serviços Públicos. Terceiro: o Governo como Plataforma

A ideia de Tim O'Reilly ao criar o termo e a abordagem de Governo como Plataforma, foi dar uma perspectiva de valor de patrimônio e de uso aos dados governamentais. Inicia explicando que as plataformas seguem uma lógica de alto investimento, onde praticamente só o Estado é capaz de investir, mas permitem à população, ao utilizarem essa plataforma, gerar riquezas. Temos um claro exemplo ao pensar em uma rodovia como esse investimento. O governo a constrói, mas a entrega aos usuários para trafegarem seus produtos, serviços, passageiros, estimular turismo e economias integradoras etc.. Em outras palavras, uma plataforma rodoviária do governo, mesmo em concessão, será usada pela sociedade, mesmo a custo de pedágios. O mesmo serve para plataformas digitais. O governo americano durante a gestão Reagan, em 1983, tornou disponível ao mundo o Sistema de Posicionamento Global - GPS. A partir do uso mundial dessa plataforma podemos calcular quantos outros produtos e serviços foram gerado...

Cases de Design Thinking em Serviços Públicos fora do Brasil

É comum que me perguntem sobre cases de uso do Design Thinking pelos governos brasileiros, sejam municipais, estaduais ou federais. Há um certo "ver para crer" na pergunta, mas há também a necessidade de mostrar aos outros, incluindo chefes e tomadores de decisão, que existe um caminho mais promissor e realizável para tratar os desafios de hoje. Minha experiência aponta mais para aquilo que fazemos no Governo do Estado de São Paulo, desde 2010, quando adotamos o DT como abordagem metodológica para entender a complexidade e resolver problemas com foco no cidadão. Nesse período vimos crescer a utilização em grandes empreendimentos como Poupatempo, Metrô, Secretarias da Fazenda, de Desenvolvimento Social e da Educação. Alguns outros exemplos e cases nacionais no setor público podem ser encontrados na Tellus , que tem atuado bastante em prefeituras e especialmente nas áreas de saúde e educação. Mas neste post quero apenas apontar para alguns links daqueles que trabalham e...

Laboratório é problema, mas a governança ajuda a resolver

É preciso considerar que um laboratório de inovação pode atrair pessoas que desprezam as regras, não tanto por rebeldia, mas como um estilo de vida, um espírito independente que busca ocupar um espaço. O lab será visto como um oásis – ou miragem – no deserto de novas ideias das corporações. Em parte isso é justificado pela aura de criatividade que envolve o novo ambiente ao transmitir uma mensagem de liberdade, com suas técnicas de ideação que estimulam a distância dos valores burocráticos e, claramente, a palavra disruptura que carrega um certo rompimento com padrões. Isso cria alguns problemas iniciais para a organização que começa o funcionamento do laboratório, tais como: se outras organizações participarão do laboratório, alguns ajustes serão necessários; a segurança física/predial pode ser fragilizada com a presença de “gente de fora”; a segurança digital terá que se adequar ao ambiente de acesso irrestrito e wifi; os horários de funcionamento podem sofrer mudan...