Pular para o conteúdo principal

Revolução invisível


Ainda outro dia postava aqui sobre o uso de celulares contra o crime, que está sendo implantado pela Libéria, na África. É nesse mesmo continente que iniciativas de uso de celulares vem ganhando dimensões de inclusão digital, social e educacional, em velocidade espantosa e com grande criatividade. Pode-se mesmo dizer que as aplicações que os governos e ONGs estão desenvolvendo para uso no celular estão na pauta do dia como solução quando o problema é informação e comunicação.

É assim que parece pensar também Joel Selanikio, autor do artigo “The invisible computer revolution“, publicado no site da BBC, físico e fundador da DataDyne.org, organização voltada para projetos mobile em países em desenvolvimento. Acho obrigatório conhecer esse projeto em função da simplicidade das soluções, brevemente expostas no artigo da BBC.

Selanikio argumenta que a inclusão digital e educacional na África não tem se realizado por meio de “projetos de laptops de US$ 100″, mas via celular, que, nestas regiões, é utilizado como um computador - para acessar emails, agendar compromissos e fazer pagamentos.

Ainda segundo o artigo, nos países mais ricos o celular também é usado para essas tarefas, mas somente se o computador não estiver acessível. Diferente de países mais pobres, onde, na maioria das vezes, o único ‘computador’ e meio de acessar a internet é o celular.

Entre os projetos da DataDyne, o principal é o EpiSurveyor, que foi adotado pela Organização Mundial da Saúde como software padrão em mobile (pdas e celulares) para coleta de dados e pesquisa, tendo sido inteiramente desenvolvido por programadores da Índia, Quênia e África do Sul. A apresentação do software na OMS você acessa aqui.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Cinco Princípios para Novos Serviços Públicos. Terceiro: o Governo como Plataforma

A ideia de Tim O'Reilly ao criar o termo e a abordagem de Governo como Plataforma, foi dar uma perspectiva de valor de patrimônio e de uso aos dados governamentais. Inicia explicando que as plataformas seguem uma lógica de alto investimento, onde praticamente só o Estado é capaz de investir, mas permitem à população, ao utilizarem essa plataforma, gerar riquezas. Temos um claro exemplo ao pensar em uma rodovia como esse investimento. O governo a constrói, mas a entrega aos usuários para trafegarem seus produtos, serviços, passageiros, estimular turismo e economias integradoras etc.. Em outras palavras, uma plataforma rodoviária do governo, mesmo em concessão, será usada pela sociedade, mesmo a custo de pedágios. O mesmo serve para plataformas digitais. O governo americano durante a gestão Reagan, em 1983, tornou disponível ao mundo o Sistema de Posicionamento Global - GPS. A partir do uso mundial dessa plataforma podemos calcular quantos outros produtos e serviços foram gerado...

Cases de Design Thinking em Serviços Públicos fora do Brasil

É comum que me perguntem sobre cases de uso do Design Thinking pelos governos brasileiros, sejam municipais, estaduais ou federais. Há um certo "ver para crer" na pergunta, mas há também a necessidade de mostrar aos outros, incluindo chefes e tomadores de decisão, que existe um caminho mais promissor e realizável para tratar os desafios de hoje. Minha experiência aponta mais para aquilo que fazemos no Governo do Estado de São Paulo, desde 2010, quando adotamos o DT como abordagem metodológica para entender a complexidade e resolver problemas com foco no cidadão. Nesse período vimos crescer a utilização em grandes empreendimentos como Poupatempo, Metrô, Secretarias da Fazenda, de Desenvolvimento Social e da Educação. Alguns outros exemplos e cases nacionais no setor público podem ser encontrados na Tellus , que tem atuado bastante em prefeituras e especialmente nas áreas de saúde e educação. Mas neste post quero apenas apontar para alguns links daqueles que trabalham e...

Laboratório é problema, mas a governança ajuda a resolver

É preciso considerar que um laboratório de inovação pode atrair pessoas que desprezam as regras, não tanto por rebeldia, mas como um estilo de vida, um espírito independente que busca ocupar um espaço. O lab será visto como um oásis – ou miragem – no deserto de novas ideias das corporações. Em parte isso é justificado pela aura de criatividade que envolve o novo ambiente ao transmitir uma mensagem de liberdade, com suas técnicas de ideação que estimulam a distância dos valores burocráticos e, claramente, a palavra disruptura que carrega um certo rompimento com padrões. Isso cria alguns problemas iniciais para a organização que começa o funcionamento do laboratório, tais como: se outras organizações participarão do laboratório, alguns ajustes serão necessários; a segurança física/predial pode ser fragilizada com a presença de “gente de fora”; a segurança digital terá que se adequar ao ambiente de acesso irrestrito e wifi; os horários de funcionamento podem sofrer mudan...